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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ararinha-azul no caminho da DESExtinção graças à Ciência

O Plano de Ação Nacional para Conservação da Ararinha-azul, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acaba de ganhar um reforço na luta para devolver a espécie, extinta na natureza, à Caatinga. A Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP) – instituição que mantém um programa de reprodução em cativeiro para as aves no Qatar e é parceira do Projeto Ararinha na Natureza – anunciou o nascimento dos primeiros filhotes da arara mais ameaçada do mundo a partir da técnica de inseminação artificial.

O sêmen de machos selecionados foi coletado e examinado por pesquisadores da AWWP e da Parrot Reproduction Consulting. As amostras viáveis foram inseridas nos ovidutos de fêmeas que estavam prontas para serem fecundadas. Sete ovos foram gerados e transferidos para uma incubadora imediatamente após a postura. Depois de sete dias foi constatado que dois deles continham embriões em desenvolvimento. Os ovos férteis foram separados e monitorados diariamente. Após 26 dias de incubação os filhotes nasceram.

“Há cinco anos, a inseminação artificial para a ararinha-azul era algo impossível. Graças aos esforços da Al Wabra Wildlife Preservation e da Parrot Reproduction Consulting esse feito se tornou realidade e nos deixa mais perto de reintroduzir a ararinha-azul na natureza”, destacou o coordenador de espécies ameaçadas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ugo Vercillo. Para ele, a inseminação artificial da ave é um grande passo no processo de reintrodução da espécie na Caatinga.

O primeiro filhote foi batizado de Neumann, uma homenagem ao veterinário Daniel Neumann, membro da Parrot Reproduction Consulting e especialista em reprodução do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul. “Já realizei muitas inseminações artificiais em psitacídeos nos últimos anos, mas nenhuma foi tão especial quanto essa com as ararinhas-azuis. Ainda garoto, acompanhei o desaparecimento da última ararinha-azul na natureza e era meu sonho estar envolvido com a conservação desta espécie. Agora fui a pessoa que realizou a primeira inseminação artificial com sucesso. Ainda é difícil entender, mas isto me faz bem”, conta o pesquisador emocionado.



A AWWP espera repetir a técnica de reprodução no Brasil em parceria com a Nest – responsável por dez das onze ararinhas-azuis que estão no país – e o governo brasileiro. Se tudo correr bem, a ararinha-azul pode sair da lista de animais extintos e voltar a colorir os céus da Caatinga.

Veja o vídeo em inglês que mostra o procedimento (Observação: são mostrados quatro filhotes: dois nasceram com a técnica de inseminação artificial e dois pelo método tradicional de reprodução)



por: Fábio Pachoal


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